Quem sou eu?

"Ta aí uma boa indagação.
Quem sou eu?
Das tantas que fui, das tantas que sou, 
Já não sei me autodefinir.
E quer saber, melhor assim...
Nunca gostei de limitações!"

O tempo não é remédio

Passarão os dias, os meses, os anos e ainda assim, será sempre a mesma coisa, teremos sempre as mesmas sensações. Nossos olhares ao se encontrarem, provocarão ações involuntárias. Nos sentiremos atraídos por desejos não mais permitidos. Suplicaremos por um toque, um abraço, uma carícia, um beijo. Sim! Um beijo ardente, com sabor de saudade, com dor de despedida, com lamento por ser o último e por ser o melhor.
Em meio ao abraço, ao afagar dos cabelos, aos toques, a esse beijo repleto de sensações indescritíveis, olharemos para um lado, em seguida, olharemos para o outro e ao nos encararmos, perceberemos que tudo permaneceu imóvel ao nosso redor, inclusive nós... nós, que na verdade agora somos plural, feito de dois. Eu sem você, você sem mim.
Talvez amigos ou quem sabe conhecidos, apenas.

Imagem via www.feedbackmag.com.br

Ressaca



Já estava tudo às claras, passava das 10h00min quando abri os olhos e senti eles queimarem como se estivesse em carne viva; foi então que eu recordei do que tivera acontecido na noite passada. Que pena! Tinha esperança de que todo o ocorrido não passasse de um mero pesadelo.
Levantei-me. Ainda estava a cambalear, com muitas dores e um mal-estar imensurável, me descobri, sentei à beira da cama, pensei em mais algumas soluções para curar a ressaca resultante da noite passada que fora tão escura como nunca antes vista e corri com um desejo imenso de avistar a imagem que estava à minha espera diante do espelho.
Era a pior delas, a mais medonha.
Não adiantava eu achar que “não tinha como ficar pior”, sempre ficava.  E era ainda mais doloroso saber que dessa vez era diferente, era mais real que o habitual.
Meu corpo sente tudo isso de maneira tão intensa e ele reage. É como se tivessem regado todo o meu interior com a mais ácida das substâncias, causando assim queimaduras severas, que me matam a cada ardor. Sem mencionar a infindável reserva de lágrimas, elas nunca cessam.
A fortaleza que antes revestia todo o meu ser encontra-se agora fragilizada. Gosto de pensar que nada no mundo é constante, tudo é passageiro e isso vai passar.
A grande bolha está formada, não permitindo a entrada ou saída de nada, de ninguém. Será como se o tempo tivesse ‘pausado’ sem previsão de ‘play’, como se as pessoas nunca tivessem existido para mim e eu para elas, como se as diferentes estruturas cerebrais responsáveis pelas memórias de curto e longo prazo tivessem tirado boas e longas férias deixando apenas o eco do silêncio.


Já estou a aguardar com imensa ansiedade o dia que me sentirei livre, com um sorriso iluminador. O sorriso de um recomeço.

Sob tortura

Imagem via sentimentostransbordados.tumblr.com


"Cubro os olhos, ponho algodão nos ouvidos, mordo a língua, finjo uma loucura qualquer, sou constantemente infantil, constantemente fantasia, constantemente esconderijo.
Nessa minha atual falta de juízo descubro que não levo a vida, ela quem me leva. Me vejo por diversas vezes feito alguém que, por acaso, se afastou da costa e agora encontra-se mar adentro, sem alcançar a terra firme, me movendo conforme a dança das águas. Uma marionete! Siiim! Uma marionete, de um lado para o outro. Onde o mar me lança contra grandes rochedos, me machucando e provocando dores sem tamanho; isso parece não ter fim. Quando tudo tem se tranquilizado e você parece estar sob efeito de uma droga qualquer, sem dor, sem temor, sem sentidos... surge mais e mais rochas, cada vez maiores que causam um pouco de morte a cada ferimento. Ferimentos que ao permitir o leve toque do sal contido na água faz você perceber que sua vida não é bem como você havia planejado.
E onde estão os salva-vidas?
Onde estão aqueles que deveriam estar preocupados em me socorrer?
É, não há nada. Não há ninguém...
Recordo-me vagamente de que não permiti que as pessoas me ajudassem quando precisei e agora lamento por elas terem atendido o meu pedido.
Sinto meus olhos marejados, estão sempre úmidos, ora, mais que desperdício esse meu! Que bobagem tudo isso!
Anoiteceu e ainda estou aqui em alto mar, não sei se é impressão minha ou apenas um delírio, mas tudo ao meu redor parece está ficando ainda mais frio, mais escuro. Acho que é a noite com inveja do meu coração.
Devo estar pronta pra descansar finalmente, estou exausta. Vejo apenas a película de água salobra sobre meus olhos e tenho essa sensação estranha de que entrei num elevador que não para de descer.
Quem sabe tudo isso tenha sido apenas um pesadelo, quem sabe amanhã eu tenha retornado à costa...

Estou adormecendo...
Adormecendo...
Adorm...
...



ou não..."

A certeza da incerteza

Imagem via nadafragil.com.br

A incerteza me acompanha de perto, assim como os altos e baixos.
Estou em constante movimento, sempre buscando o meu melhor
É uma tarefa difícil, em especial, por ser uma estrada repleta de surpresas.
Surpresas que podem ou não me decepcionar, frustrar.
Talvez não fosse preciso exigir tanto assim de mim,
Talvez eu devesse aceitar que os maiores aprendizados provêm dos erros
E que tudo tem seu tempo...
Mas uma coisa é certa:
Ainda serei engolida por minha ansiedade.
Gosto mesmo é da busca,
De enfrentar meus medos,
De persistir,
De me redescobrir sempre,


Ainda que me encontre ferida no final.