Sob tortura

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"Cubro os olhos, ponho algodão nos ouvidos, mordo a língua, finjo uma loucura qualquer, sou constantemente infantil, constantemente fantasia, constantemente esconderijo.
Nessa minha atual falta de juízo descubro que não levo a vida, ela quem me leva. Me vejo por diversas vezes feito alguém que, por acaso, se afastou da costa e agora encontra-se mar adentro, sem alcançar a terra firme, me movendo conforme a dança das águas. Uma marionete! Siiim! Uma marionete, de um lado para o outro. Onde o mar me lança contra grandes rochedos, me machucando e provocando dores sem tamanho; isso parece não ter fim. Quando tudo tem se tranquilizado e você parece estar sob efeito de uma droga qualquer, sem dor, sem temor, sem sentidos... surge mais e mais rochas, cada vez maiores que causam um pouco de morte a cada ferimento. Ferimentos que ao permitir o leve toque do sal contido na água faz você perceber que sua vida não é bem como você havia planejado.
E onde estão os salva-vidas?
Onde estão aqueles que deveriam estar preocupados em me socorrer?
É, não há nada. Não há ninguém...
Recordo-me vagamente de que não permiti que as pessoas me ajudassem quando precisei e agora lamento por elas terem atendido o meu pedido.
Sinto meus olhos marejados, estão sempre úmidos, ora, mais que desperdício esse meu! Que bobagem tudo isso!
Anoiteceu e ainda estou aqui em alto mar, não sei se é impressão minha ou apenas um delírio, mas tudo ao meu redor parece está ficando ainda mais frio, mais escuro. Acho que é a noite com inveja do meu coração.
Devo estar pronta pra descansar finalmente, estou exausta. Vejo apenas a película de água salobra sobre meus olhos e tenho essa sensação estranha de que entrei num elevador que não para de descer.
Quem sabe tudo isso tenha sido apenas um pesadelo, quem sabe amanhã eu tenha retornado à costa...

Estou adormecendo...
Adormecendo...
Adorm...
...



ou não..."

A certeza da incerteza

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A incerteza me acompanha de perto, assim como os altos e baixos.
Estou em constante movimento, sempre buscando o meu melhor
É uma tarefa difícil, em especial, por ser uma estrada repleta de surpresas.
Surpresas que podem ou não me decepcionar, frustrar.
Talvez não fosse preciso exigir tanto assim de mim,
Talvez eu devesse aceitar que os maiores aprendizados provêm dos erros
E que tudo tem seu tempo...
Mas uma coisa é certa:
Ainda serei engolida por minha ansiedade.
Gosto mesmo é da busca,
De enfrentar meus medos,
De persistir,
De me redescobrir sempre,


Ainda que me encontre ferida no final.