“(...)É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos,
quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de
ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais
conseguiria alcançá-la. Muita
gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha,
perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença
seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo
exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez
eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém
tinha me perturbado tanto. (...)”
[Trecho de uma carta
de Caio Fernando Abreu para Hilda Hilst]